segunda-feira, 26 de maio de 2014

Um coração pra te entender!

Olá pessoal.

Sem muitas novidades por aqui. Tenho estado meio ocupada com alguns trabalhos da faculdade, estudando bastante. Tive que redobrar minha atenção nas aulas ultimamente, e estudar bastante em casa, pra dar conta de toda a matéria que perdi desde o início do semestre. 

Aos pouquinhos, vamos indo. Colocando a vida nos trilhos novamente.

Tive um fim de semana bem tranquilo. Minha irmã terminou com o namorado, então agora tenho mais companhia pra fazer alguma coisa. Ela está bem. Sem grandes traumas. Ele era um cara bacana, mas às vezes, simplesmente, não dá certo. Aí, no Domingo fomos almoçar juntas no shopping, com o meu sobrinho e afilhado.

Depois disso fui visitar minha sogra e tomar um café com ela. Depois de tanto tempo, indo lá todos os dias, pra ficar com nosso querido, a gente meio que já sente falta. hehe

Peguei com ela a carta dele, da última reunião. Nela, ele me conta que, esta semana, está cuidando do jardim. Eles têm muitas flores e plantas por lá. 

Fiquei sabendo que ele andou meio deprimido estes últimos dias, mas aí marcaram uma consulta com o psicoterapeuta que fez um trabalho com ele e depois com todos os outros residentes. Ele já está melhor.

Nela, ele também me pede muitas desculpas, por tudo que me fez sofrer, diz que eu não merecia passar por tudo que ele me fez passar. Ele percebe como a droga acabou com as maiores qualidades dele. Atencioso, carinhoso, sincero, engraçado, responsável, trabalhador. Ele sempre foi. Mas a droga tirou isso dele.

A droga tirou de mim o cara que eu mais confiava, que eu mais amava, e que mais me fazia feliz. Nós tivemos muitos momentos felizes.

Quando paro para pensar nisso, o que eu sinto é tristeza. Não é mais raiva, nem agonia, nem desespero. Esses sentimentos, depois de quase 1 mês, já passaram. O que sinto hoje é tristeza, por tudo que perdemos, por tudo que poderíamos ter tido.

Sei que é muito importante a gente conhecer o máximo sobre a doença deles, e entender a doença deles, e também a nossa doença (codependência), mas é muito importante colocar pra fora também nossos sentimentos. É importante compartilhar.




Minha sogra não costumava frequentar as reuniões. Agora que ele está internado, ela está indo, e ficou bem feliz porque nesta próxima, eu também irei. Ela disse que se sente muito bem lá. 

Nas reuniões nós descobrimos que não somos os únicos que passam por isso. Há tantas mães, e esposas, que passam por momentos tão, ou mais, desesperadores do que aqueles que nós já passamos.

É bom conversar com alguém que te entenda.

Graças a Deus, hoje estou tranquila, fazendo o que preciso, fazendo o que gosto.
E ele também está bem e limpo há 20 dias. Obrigada, Senhor!

Fiquem bem.
Fiquem com Deus.

5 comentários:

  1. Olá J.L, tudo bem com você? Primeiramente quero agradecer suas palavras de incentivo e dizer que é um prazer compartilhar minha história com você. Você está certa quando diz que é uma tarefa difícil manter-se limpo e você também sabe que é totalmente possível, principalmente quando buscamos encontrar o mínimo de prazer em estar em recuperação.
    Pra mim não é diferente do seu namorado ou de tantos outros adictos, venho de uma adicção de quinze anos e somente de dois anos pra cá tenho conseguido enxergar o quanto a vida ainda tem para me oferecer desde de que eu fique longe das drogas. Nesse período tive inúmeras recaídas, mas sempre tentando novamente e aprendendo com meus erros, pra você ter uma ideia, hoje estou com o mesmo tempo limpo que seu namorado,
    20 dias. Não importa quanto tempo estamos limpos para fazer o que realmente é importante; AGIR de forma madura e responsável para reformular nossas vidas e encontrar
    uma nova maneira de viver. Como adictos essa é a nossa responsabilidade, ninguém pode fazer isso por nós. Fico muito feliz por você acreditar na recuperação dele, e sei também que não é nada fácil, se você acompanhar a minha história vai entender por que digo isso quando chegar a parte em que conheci minha namorada que está nessa comigo à dois anos. Sem ela eu nem sei se estaria vivo ainda, e hoje, apesar de eu ter apenas vinte dias limpo, estamos vivendo a melhor época de nossas vidas. Isso por que definitivamente eu tomei uma decisão; fazer exatamente tudo o que for possível, inclusive o que eu não gosto de fazer, para ficar limpo. E entre muitas medidas que tomei, uma delas foi escrever sobre
    minha vida e compartilhar com quem quiser saber o que acontece quando alguém se envolve com drogas. Mas principalmente meu desejo maior é (além de é claro, ficar limpo) poder contribuir diretamente na vida de quem se encontra afundado na adicção ativa e não acredita ou não sabe o que fazer para sair desse inferno. Por isso estamos juntos nessa, no que eu puder ajudar por favor disponha e não desista nunca do ser humano. Namorados,
    maridos, amigos, parentes ou estranhos são antes de tudo seres humanos, que nesse caso adoeceram por conta de uma substância que ser for retirada do corpo e da mente dessas pessoas, o ser humano REVIVE. Um grande abraço e fique com Deus!

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  2. O que dizer...olha faz um tempinho que estou nessa caminhada....e no inicio mesmo sem perceber eu ainda condicionava minha felicidade a recuperação dele, ou seja só por hoje ele está limpo então só por hoje eu estou bem...quando recaia...só por hoje ele ta recaído e só por hoje estou triste mais cumprindo com todas minhas obrigações...nossa recuperação é uma escada...e vamos de degrau em degrau...eu realmente fiz TUDO...para auxiliar na recuperação dele...acho que não tenha algo que vc me questione que eu direi..é verdade isso eu não fiz...quero deixar claro que eu acredito sim na recuperação de qualquer um que realmente queira..sim...eles conseguem...quero deixar claro que acredito que a familia pode e deve ajudar o adicto, mas quero lhe sugerir que realmente tente se desligar emocionalmente...foque nisso...seu desligamento...que significa que independente de como seu namorado continue a fazer escolhas....essas não afetaram sua vida e você conseguirá ser feliz...independente de períodos limpo dele...codependência é justamente isso queremos fazer POR ELES...e esquecemos de fazer POR NÓS...tmj sempre...um abraço

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    1. Oi Kel. Justamente, quero aproveitar esse período da internação dele para me desligar um pouco. Até porque, nem que eu queira fazer mais alguma coisa por ele, já não posso mais, não está mais em minhas mãos. Eles nem permitem a interferência da família no tratamento. Muito obrigada por suas palavras. Eu estou com ele há 3 anos, e há 2 anos nesta luta. Passei um bom tempo pensando que poderia ajudar ele com meu amor e meu dinheiro, mas só fez piorar. O processo de aprendizado é longo e doloroso. Deposito todas minhas frustrações e dores nas mãos de Deus e tenho fé que, mesmo que não nos agrade, Ele tem o melhor pra nós, e fará acontecer. Fica com Deus. Beijos!

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  3. Olá, Kel !

    Estou pegando o bonde andando. Achei ótimo a participação da família no processo de recuperação de seu namorado. Em minhas passagens por estes locais que seu namorado se encontra, só era permitido visitas depois de vencido um mês de residência. As minhas visitas eram monitoradas por agentes penitenciários (acho isso uma comédia em minha vida) que ficavam por perto. Nessa primeira visita os proprietários conversavam com meus familiares para instrui-los. Na verdade - em meu caso - manipulavam a família e preparavam a mesma para o que é lugar comum nas involuntárias: pedir para sair. A família então acha que o proprietário(a) é um expert em recuperação. A família não aceita porque foi previamente manipulada. Há os que desejam sair para fazer uso e existem os que querem se ver livre dos rigores e buscar a recuperação. Estes, que saem depois de desintoxicados, caso não tenham sofrido maus tratos, se recuperam legal. Se empregaram qualquer tipo de violência, a recuperação fica complicada. A coisa mais fantástica que me aconteceu foi ir, voluntariamente, para uma clínica que só aceita receber que manifesta o desejo de se reabilitar. Em 45 dias eu estava com a cabeça mudada. Me mantive cerca de 9 meses limpos e recai premeditadamente, cansado das maluquices dos meus codependentes. Mas isso não interessa. O que eu gostaria de saber é se seu namorado está em um local de modo voluntário e se este local trabalha na modalidade de tratar adictos, voluntariamente, ou se ele está voluntariamente num local fechado? No ais eu quero lhe transmitir meu desejo de ver o tratamento do seu namorado bem sucedido e que, ao sair, encontre uma família preparada, aconchegante... e que tudo dê certo, que Deus lhe livre da codependencia e seu namorado da dependência, que sejam felizes para sempre. Você merece um final feliz nesse drama pelo qual muita gente passa. Sucesso para todos!
    sph

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    1. Olá SPH. Ele está internado na Comunidade Terapêutica Reviver, mantida pela Prefeitura Municipal de Cachoeirinha, no RS. É um direito de todo adicto morador da cidade, ou seja, não tem custo algum. O prefeito é dependente químico e iniciou este trabalho incrível há mais de 10 anos, para ajudar outros como ele. Lá, eles mesmos plantam seu alimento, e cozinham, e mantem o local. Antes mesmo do adicto iniciar o tratamento, ele tem que passar por todo um processo. Tem que ir a 3 reuniões do Nar-Anom, uma reunião por semana, e na 3º ele recebe um encaminhamento para o responsável da Comunidade, que vai marcar inúmeros exames médicos, raio-x, exame de sangue, psiquiatra. Uma assistente social visita a família e faz entrevistas com cada um. Todo esse processo leva mais de um mês e o adicto que não estiver realmente interessado no tratamento, desiste logo. Depois de todo esse processo, eles ainda passam de 1 a 2 semanas em outro local, mais afastado, para desintoxicação, depois são levados para a Comunidade, onde ficarão até completar 9 meses.
      Meu namorado foi voluntariamente. É um local fechado, eles não podem entrar e sair livremente. Mas ele não é obrigado a ficar lá. Ele pode desistir, se quiser. Mas lá eles têm todo um acompanhamento médico com terapeutas, psiquiatras, usam medicação controlada, tem terapia em grupo, e nos últimos três meses, eles tem cursos profissionalizantes. Este período chama-se ressocialização.
      Os responsáveis pela Comunidade, inclusive a assistência social, promovem uma reunião por semana para as famílias, inclusive com a presença de psicólogos, e falam muito sobre a doença deles, e a codependência dos parentes. É nessas reuniões onde trocamos cartas e recebemos notícias deles. As visitas são 1 vez por mês.
      Muito obrigada por suas palavras. É um processo longo e doloroso e ainda temos muito o que aprender. Que você também possa se manter focado em sua recuperação, e vivê-la todos os dias. Acredite em você mesmo e procure maneiras para se manter forte e vencer essa doença.
      Tamo junto. Que Deus te abençoe. Abraço!

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