quarta-feira, 14 de maio de 2014

A 1ª semana.

Olá pessoal. 

Por aqui, tudo tranquilo. Cada dia invento uma coisa nova pra fazer, visito alguns amigos, ou durmo bastante, vou no shopping, tenho aula quase todas as noites na faculdade, e em casa sempre tem algo pra fazer. Meu afilhado de 3 anos mora comigo, então tédio não existe aqui em casa.

A saudade do meu querido bate muito forte. Tudo que eu faço me faz lembrar dele. Mas eu tenho o consolo de saber que, apesar de estar longe de mim, ele está bem e está limpo, há 7 dias. 

A mãe dele me ligou esta semana, para perguntar se eu tinha alguma notícia dele. Porque o contato principal que a comunidade terapêutica tem é o meu, então, o primeiro número que eles ligariam seria pra mim. Ninguém entrou em contato comigo, então é um bom sinal. Ele está fazendo a parte dele.

A mãe dele disse que já está sentindo a falta dele também, até mesmo da incomodação. Meu namorado é uma pessoa extremamente cativante, daqueles que enche o ambiente. Ele fala alto e gesticula, e canta e brinca, e abraça e pega no colo, e faz cocegas, e bagunça o cabelo, eeeenche o saco, mas quando não está, faz muita falta.

Eu estou bem. Tenho inventado o que fazer. Agora estou desempregada, no seguro desemprego, e para complementar um pouquinho a renda, estou trabalhando com Avon e O Boticario, como revendedora. É uma boa atividade. A gente conhece pessoas diferentes e tem um retorno legal.

Tenho prestado mais atenção na minha alimentação também, porque emagreci muito nos últimos meses. Mais de 5kg. Com tanta preocupação nas vezes que ele sumia, às vezes por uns três dias, eu esquecia de comer, até de tomar banho, até ele aparecer. Eu sei que não sou a única que fiz isso.

Eu sei que é muito difícil a gente se lembrar de que nós também temos uma vida, e necessidades, enquanto nosso familiar está numa situação tão difícil, mas é essencial que cuidemos de nós mesmos, porque enquanto nós também estivermos doentes, não poderemos fazer nada de construtivo por eles.

Amanhã é a primeira reunião das famílias daqueles que estão internados. É quando a gente troca cartas e recebemos notícias deles, e compartilhamos experiências com os outros. Infelizmente não vou poder ir nesta, porque tenho aula às quartas-feiras e já matei muitas aulas dessa cadeira, mas a mãe dele se propôs a ir. Faz parte das obrigações da família participar dessas reuniões também.

Agradeço todos os dias a Deus, a cada dia que ele passa lá, porque é mais um dia que ele permanece limpo. Desde que ele fique lá, sei que está fazendo a parte dele. E eu estou aqui, fazendo a minha. Cuidando de mim. Tratando a minha codependência e me fortalecendo pra recebê-lo de volta. 

Oro todos os dias a Deus pedindo que lhe dê a força necessária para continuar lá. E pra mim também. Deus tem sido minha fortaleza e seguro bem presente. A cada dia Ele se mostra meu melhor amigo e enche meu coração de esperança de que a recuperação de um dependente químico é possível. É possível encontrar novas formas de viver, sem a droga.

Que vocês, que estão lendo este post, também possam ter essa esperança. Não percam a fé. Deus sabe o que é melhor pra todos nós. Entreguem seus problemas nas mãos dEle, e confiem. Às vezes Ele diz sim, na hora. Outras vezes Ele diz não. Outras Ele diz, espera. Algumas vezes as coisas podem não sair do jeito que queremos, mas se entregarmos nas mãos dEle, podemos ter certeza de que é o melhor.

Fiquem bem.
Fiquem com Deus.

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