quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Só Ele pode!!

Olá meus amigos.

Coisas boas acontecendo. Só tenho a agradecer.

Tomamos uma posição referente a nossas atitudes e percebemos que estava faltando Deus na nossa vida. A gente sempre fala sobre entregar nas mãos de Deus e que se faça a Sua vontade, mas como é difícil entregar de verdade. Ainda mais para nós, codependentes.

Mas nós dois percebemos que, por mais que a gente dissesse que cremos em Deus, não estávamos vivendo conforme Sua vontade, fazendo o que Ele manda, muito menos entregando nas mãos dEle. Era eu tentando sozinha, e ele tentando sozinho. Isso nos cansou exaustivamente, e por mais que estivessemos tentando do nosso modo, claramente não estava dando certo. 

Teve um momento em que juntei minhas coisas e fui embora, pra não voltar mais, depois de ter dado já um gelo de 3 dias. De certo modo foi bom. Ele foi atrás de mim e me implorou pra ficar, porque eu sou a única pessoa que ele tem e que ainda o apoia.

Vi o desespero nos olhos dele. E fiquei.

Então fomos à igreja, e oramos juntos. Oramos juntos todos os dias um pelo outro, e por nós dois...
E realmente entregamos nas mãos de quem pode. Do único que pode.

Não vou enumerar as coisas boas que tem acontecido, mas posso garantir que estão.

Só o fato de ele ir trabalhar e voltar pra casa no fim do dia, já é uma benção enorme. E agradecemos de coração por cada uma delas, por mais insignificantes que possam parecer.

Vivemos momentos de muita turbulência, e agora estamos num momento de paz. As coisas tem dado certo. Não sei quanto tempo vai durar. Ele parece estar focado. Mas eu sei muito bem como essa doença é traiçoeira. Mas estou aproveitando cada momento bom que Deus nos permite.

Por hoje é só. Vou dormir com o coração leve hoje.

Fiquem bem.
Fiquem com Deus.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Não tropece no trilho!

Olá pessoas que me lêem.

Como estão? Por aqui as coisas vão indo. Altos e baixos.

Temos muitos momentos bons, mas infelizmente momentos de recaída também. Esta semana é uma delas. Ele some, não volta pra casa, liga pedindo dinheiro, mente, essas coisas.

Aprendi a viver a MINHA vida, e a cuidar de mim, e a gostar de mim. Isso pode soar egoísta, mas não é. Se o outro não se importa em passar frio, em passar fome, em dormir na rua, o que eu posso fazer? Ir até a boca e pegar ele pela mãozinha e levar pra casa? Não, ele procurou isso, ele foi atrás, então tem que sofrer as consequências.

Infelizmente são essas as escolhas que ele vem fazendo. Eu sofro com isso, mas tenho tentado manter minha serenidade e me preocupar só com o que posso mudar. Não posso mudar o outro, apenas a mim mesma.

Hoje não perco mais uma noite de sono, porque ele deve estar dormindo num mato por aí.
Hoje não deixo de comer, porque ele não tem o que comer.
Hoje não deixo de ir trabalhar e estudar, porque ele não está em casa, e tenho que ficar em casa esperando por ele.

Eu já fiz tudo isso, sim. E só me fez mal. Emagreci. Acabou com minha saúde. Até nossa beleza a gente perde, porque não se cuida. E olha, caminhei até chegar nesse ponto. Não é da noite pro dia que a gente aceita que tem uma doença também, que o problema não é só o outro, que a gente precisa de ajuda, tanto ou mais que o adicto.

Meus sentimento não mudaram. Continuo amando-o muito, e ainda acredito na sua recuperação. Acredito que vai chegar o dia que ele vai se dar conta de tudo que perdeu e vai querer, de coração, dar a volta por cima e mudar de vida. E sim, me doí muito ver ele fazendo escolhas tão idiotas. Mas eu me amo muito também. Aprendi que eu também sou importante, que eu também preciso de cuidados. E ninguém melhor pra cuidar de mim, do que eu mesma.

Ontem fui na reunião de grupo de ajuda. Depois de quase 3 meses sem ir. Minhas amigas estavam lá. Minhas amigas que me entendem. Eu não estava me sentindo bem, estava enjoada e dor nas costas, mas fui, porque precisava, e lá recebi todo o apoio que estava procurando. Um abraço, uma palavra, às vezes duras, mas necessárias.

É inútil a gente achar que já sabe o suficiente pra lidar com eles. Porque lidar com eles, e com suas manipulações, e com seus pensamentos deturpados e atos insanos, e muitas vezes infantis, não é fácil. Se você estiver disposta a conviver com alguém assim, tem que estar bem ciente que vai precisar de muito auto-controle, e muita serenidade, e muita ajuda.

Eu não tinha percebido a falta que essas reuniões me faziam, até ir de novo. Ouvir as palavras das meninas que passam pelas mesmas coisas e que me entendem. A maioria dos maridos delas estão em recuperação, internados ou já terminaram o tratamento, mas isso não as protege de uma recaída deles, ou recaída de comportamento delas. 

Como o Dr. falou ontem. A dependência química é uma doença de minuto. Só por hoje está bem, até os próximos 5 minutos. E de 5 em 5 minutos, ele vive sua recuperação há 20 anos. Tinha outro presente que vive sua recuperação há 15 anos. Tem outros que vivem há 1 ano. E assim vão indo. 

O dependente químico, assim como o codependente também, tem que estar atento a cada minuto. Um único pensamento pode te tirar do caminho. Ás vezes pensamentos pequenos, podem criar uma tempestade em copo d'água.

"Uma pessoa nunca tropeça no trem, ela tropeça no trilho."

Você que está lendo este blog e está procurando ajuda, a primeira coisa que tem que fazer é procurar um grupo de ajuda voltado à família. Você que está perdido e não sabe o que fazer com seu familiar adicto, procure ajuda primeiro pra você. Se você estiver doente, não tem como ajudá-lo.

Compartilhar suas dores e ouvir as dores que outros compartilham, ajuda muito. Não existe fórmula para tratamento da dependência química, ou da codependência. Mas algumas mudanças de atitude pode fazer muita diferença.

Desejo à todos vocês
Muita serenidade pra aceitar.
E coragem pra mudar.
E sabedoria pra entender o que cabe a nós mudar, ou não.

Fiquem bem.
Fiquem com Deus.