Oi amigos.
7 dias que meu namorado está limpo.
Não tenho muito o que falar sobre o que aconteceu. Mais uma recaída. Mais arrependimentos. Mais pedidos de desculpa. Mais promessas. Aquela mesma novela de sempre.
Mas só por hoje, escolhi ficar ao lado dele. Escolhi não desistir desse amor. Escolhi acreditar que ele ainda consegue, se quiser. Escolhi acreditar que ele quer. Escolhi lhe dar mais uma oportunidade de me mostrar que quer. Ele está mostrando. Devagar. No tempo dele. E eu continuo ao seu lado. Não me julguem. Cada um tem seu limite. Cada um sabe o que aguenta, e o que não aguenta. Eu ainda não estou pronta pra deixá-lo.
Mas hoje, como deve ser, meu foco não está nele. Hoje ele saiu para procurar emprego. Foi demitido do último depois de algumas faltas. Pedi pra ele me ligar quando chegasse em casa. Ele está sem celular, e aí me liga de um telefone público que tem na rua da casa dele. Não me ligou.
Vou perder o sono por causa disso? Vou deixar de comer? Vou sair correndo atrás dele? Vou até a casa dele ver se ele está lá? Para ser bem sincera, há alguns meses atrás eu faria exatamente isso. Mas isso não é um amor saudável. Isso é a codependência gritando e querendo dominar tudo.
Não. Hoje eu vou ficar em casa, mesmo que eu não tenha certeza que ele está na dele. Hoje vou jantar, vou tomar um belo banho e vou me cuidar. Hoje vou ter uma boa noite de sono porque tenho que trabalhar amanhã. Hoje não vou deixar que as escolhas dele influenciem as minhas.
Hoje mesmo me peguei pensando: por que eu tinha que me apaixonar por ele? Como seria a minha vida agora se eu não tivesse me envolvido com um dependente químico? Mas querem saber. Mesmo que eu tenha sofrido tudo que sofri, sei que amadureci muito nesses 3 anos de relacionamento. Lidar com a sua doença me ensinou muito, e tem me ensinado e feito de mim uma pessoa melhor pra mim mesma e para os outros. Hoje encaro a vida com outros olhos. Cresci muito com ele.
Mas sei que tenho muito o que mudar. Muitas vezes ainda assumo responsabilidades que não são minhas, e isso me revolta, e aí me odeio por isso, porque ainda me submeto a certas situações. Me sinto frustrada e, por consequencia, cobro dele uma coisa que eu dou e não tenho. Isso acontece quando dispensamos ao adicto um amor que não temos por nós mesmas.
Esse tem sido meu maior aprendizado ao lado dele. Amar a mim mesma. Cuidar de mim mesma. Como posso dar ao outro o que não me dou?
Sigo aprendendo. E sigo acreditando. Mas acima de tudo, tendo fé no meu bom Deus que nunca nos abandona.
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