Olá queridos.
Estive pensando sobre essa doença: Codependência.
Será que ela existe apenas em familiares de dependentes químicos??
Será que pessoas que se dizem "comuns", não viveram, em algum momento de suas vidas, uma relação afetiva codependente??
Não sou muito de novela. Sinceramente não acompanhei a novela global Em Família. Mas de vez em quando dava uma olhada em tabloides e comentários a respeito. Como hoje era o último capítulo, me dignei a ver.
Em relação aos personagens: Como classificar a relação do Laerte com as suas mulheres? Principalmente em relação à Helena e a Luiza? E de algumas delas em relação a ele? Como a Shirley e a Livia, que acabou atirando nele?
O que são essas relações, senão uma dependência de um em relação ao outro? E existia a droga ali? Não.
Até que ponto uma relação de entrega total passa do amor à doença?
Eu já me apaixonei muitas vezes na minha vida. Eu sempre vivi de amor. E adoecia por ele. E quando eu me apaixonava, era aquele romance, aquele sonho, aquela entrega. Eu vivia a pessoa, eu respirava a pessoa, eu só queria agradar, às vezes fingia ser quem não era, só porque sabia que era aquilo que a pessoa gostava. E aí chega a hora que, depois de tanto dar, a gente começa a querer receber de volta. Então vem as decepções.
Hoje me pergunto: Porque eu fazia isso? Porque eu permiti que o outro viesse sempre antes de mim?
Detalhe: estou falando de todas as minhas relações. Não só a minha atual.
É claro que quando temos um dependente químico dentro de casa, toda a família adoece. O que nos leva a fazer isso, é óbvio. Queremos fazer com que o nosso familiar largue as drogas.
E o que leva uma pessoa a querer tirar a própria vida porque o amado não a quer?
Indo mais adiante nesse pensamento: O que leva uma pessoa a começar a fumar?
O que leva uma pessoa a começar a beber?
O que leva uma pessoa a comer descontroladamente? Ou não comer?
O que leva uma pessoa a passar o dia inteiro na internet, nas redes sociais?
O que leva uma pessoa a acumular objetos e mais objetos, sem ter dinheiro pra comprar ou lugar pra guardar?
O que leva uma pessoa a tirar as tais selfies, principalmente as meninas, com roupa curta e apertada, mostrando os peitos e o que mais quiser?
Uma palavra responde a todas essas perguntas: O vazio.
O vazio da criança que cresceu sem o amor dos pais. O vazio do adolescente que sofreu bullying. O vazio da esposa que perdeu o marido. O vazio das relações por aparência. O vazio daquele que quer ser aceito. O vazio que nos faz buscar incansavelmente algo que o preencha.
Alguns o preenchem com as drogas, outros com outra pessoa, outros com um celular, outros com objetos, outros perdem o respeito por si mesmas e se expõe porque o corpo bonito é a única coisa que tem a oferecer.
Eu não posso julgar, porque eu mesma estou doente. E também, eu não vivi a vida do outro. Eu não pago as contas do outro. Eu não sei dos problemas do outro. Que direito eu tenho de julgar?
Mas mesmo assim, tantas pessoas ainda julgam nossa situação. Essa semana mesmo estava comentando com minha irmã a respeito de um amigo, com quem tive uma breve relação, há muito tempo atrás, mas que também se envolveu com drogas, bem depois, e que agora voltei a manter contato, muito por acaso. E a primeira coisa que ela me perguntou: Outro drogado??
Não. Não é outro drogado. É uma pessoa. Que teve uma história. Que sofreu. Que cometeu erros. Que fez más escolhas. Mas que hoje está bem. Trabalhando e levando sua vida. E é um ser humano. Isso me deixa indignada.
O que quero dizer, com essa reflexão, é que para ser dependente ou codependente, não precisa ter, necessariamente, relação com as drogas. Ao meu ver, isso vem de dentro, de cada um de nós.
E o tratamento é o mesmo. Temos que deixar de depositar nossas esperanças e sonhos, e expectativas, e principalmente, a nossa felicidade em outra pessoa, ou em qualquer outra coisa. Depositar essa responsabilidade no outro, não é justo, para nenhum lado.
Ninguém mais, além de nós mesmos, é responsável por fazer nossa vida valer a pena. Tem aquela frase: Não procure alguém que te complete. Complete a você mesmo, e procure alguém que te transborde.
Você, que está passando por qualquer uma dessas situações, dê uma chance a si mesmo. Se valorize. Diga o que você quer dizer. Não diga sim, querendo dizer não. Se respeite. Respeite seus limites. Não fique com ninguém por pena.
Saiba que se você não cuida de si, não pode esperar que o outro cuide. Se você não se ama, não pode esperar que o outro ame. Se você não vai em busca de sua própria felicidade, não pode esperar que o outro a traga pra você.
Essa semana tive a oportunidade de me manter firme. Entrou um guri novo na Comunidade Terapêutica, e ele conseguiu levar um celular lá pra dentro. Estava ele e meu namorado na estufa, que fica bem isolada, e ele mostrou o celular. Meu namorado não se aguentou e me ligou. Quando meu celular tocou, eu não reconheci o número, mas eu senti que era ele. Era a cobrar, e eu retornei, o que normalmente não faço. Quando ouvi a voz dele, meu coração gelou. Quando me lembrei como se respira, eu consegui dizer alô. Só depois que compreendi que ele ainda estava lá, é que consegui conversar por alguns instantes.
Eu disse: Tu é louco? Vão te ver com esse celular e vão te dar um castigo.
E ele: Não me importa. Eu corro qualquer risco pra falar contigo.
E eu disse: Ah, agora você corre?
Meu crédito estava no fim, então eu avisei ele que a qualquer momento a ligação poderia cair.
E aí ele me disse: Então tu vai lá agora e coloca mais crédito.
E eu disse: Não. Porque você não pode ficar me ligando. Tá errado.
E ele ficou brabo e disse: Vai lá e coloca que eu vou te ligar de novo depois.
E eu não coloquei. E na carta dele essa semana ele falou que encontraram o celular e descobriram que ele tinha me ligado. Não me disse o que aconteceu, só me garantiu que já estava tudo bem.
Esse pequeno passo me deixou orgulhosa de mim. Entendem? Eu queria dizer não, e eu disse não. Eu não fui cúmplice daquele pequeno erro. Não é porque ninguém iria ver, que pode. Não pode. E ele tem que aprender isso, e que se ele quiser errar, vai fazer isso sozinho, e vai sofrer as consequencias por isso.
E fora isso, estou conseguindo tomar minhas decisões, por mim, e estou tranquila em relação a elas. Tranquila em relação às minhas atitudes que, aos poucos, estou conseguindo modificar.
Sei que ele está bem lá. Ele continua internado, há 73 dias, e só por hoje, pretende continuar assim.
Essa semana tive a oportunidade de me manter firme. Entrou um guri novo na Comunidade Terapêutica, e ele conseguiu levar um celular lá pra dentro. Estava ele e meu namorado na estufa, que fica bem isolada, e ele mostrou o celular. Meu namorado não se aguentou e me ligou. Quando meu celular tocou, eu não reconheci o número, mas eu senti que era ele. Era a cobrar, e eu retornei, o que normalmente não faço. Quando ouvi a voz dele, meu coração gelou. Quando me lembrei como se respira, eu consegui dizer alô. Só depois que compreendi que ele ainda estava lá, é que consegui conversar por alguns instantes.
Eu disse: Tu é louco? Vão te ver com esse celular e vão te dar um castigo.
E ele: Não me importa. Eu corro qualquer risco pra falar contigo.
E eu disse: Ah, agora você corre?
Meu crédito estava no fim, então eu avisei ele que a qualquer momento a ligação poderia cair.
E aí ele me disse: Então tu vai lá agora e coloca mais crédito.
E eu disse: Não. Porque você não pode ficar me ligando. Tá errado.
E ele ficou brabo e disse: Vai lá e coloca que eu vou te ligar de novo depois.
E eu não coloquei. E na carta dele essa semana ele falou que encontraram o celular e descobriram que ele tinha me ligado. Não me disse o que aconteceu, só me garantiu que já estava tudo bem.
Esse pequeno passo me deixou orgulhosa de mim. Entendem? Eu queria dizer não, e eu disse não. Eu não fui cúmplice daquele pequeno erro. Não é porque ninguém iria ver, que pode. Não pode. E ele tem que aprender isso, e que se ele quiser errar, vai fazer isso sozinho, e vai sofrer as consequencias por isso.
E fora isso, estou conseguindo tomar minhas decisões, por mim, e estou tranquila em relação a elas. Tranquila em relação às minhas atitudes que, aos poucos, estou conseguindo modificar.
Sei que ele está bem lá. Ele continua internado, há 73 dias, e só por hoje, pretende continuar assim.
Não se esqueça, meu amigo e minha amiga, você só tem uma vida. O que você vai fazer com ela?
Para refletir.
Desejo a vocês muita serenidade, para aceitar aquilo que não pode ser modificado. Coragem para modificar aquilo que pode. E muita sabedoria para distingui-las. Também muita paz de espírito, e tranquilidade. Que vocês encontrem seu caminho, que é só seu. Outro podem acompanhar, mas a jornada é sua.
Fiquem bem.
Fiquem com Deus.
Nega nesse mundo não existe ninguém normal...e esse vazio que todos sentem ou preenchem de forma ilusória é falta de amor, próprio e com o próximo..sim somos cegos em um mundo de ilusões, todos iguais cheios de falhas e qualidades e sempre julgamos o próximo, julgamos até quem nos julga...rs...é dificil compreender...somente um ser maior que nós pra nos amar e nos aceitar como somos...imperfeitos..bom dia pra ti
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