segunda-feira, 14 de março de 2016

As Raízes!!

Olá meus amigos.

Nossa, estive fora por um bommm tempo dessa vez. Minha última postagem foi no Natal. E eu que tinha prometido postar uma vez por semana. Eu, hein. kkkk

Bom, pra variar, houveram algumas reviravoltas na minha vida nos últimos meses. 

Perdi alguns amigos, amigos muito importantes, mas o tempo acaba mostrando a verdade de cada um. Pessoas que se apegam a coisas pequenas e fazem disso uma tempestade. Me decepcionei e devo ter decepcionado também. E de repente toda uma amizade não importa mais, as coisas boas, as demonstrações de carinho são esquecidas. Não sou uma pessoa rancorosa, nunca fui. Pena de quem é, porque perde muito. Mas estive magoada. Por um bom tempo. Hoje só desejo que essas pessoas sejam muito felizes, e que encontrem paz em suas relações. 
Perdi alguns amigos, mas ganhei outros. Deus é bom.

Meu emprego vai muito bem, graças a Deus. Não posso reclamar.

Já recomeçaram minhas aulas. Estou no 6o semestre de Administração, me aproximando do final. Que termine logo, porque tem sido cansativo.

E... bom... tenho que dizer logo. Não estou mais solteira. Outro homem entrou na minha vida. Um homem trabalhador, dedicado, carinhoso e que me ama muito. Um homem que nem fala, já vai fazendo antes de falar. Um homem que cuida de mim. Um homem que honra a família. Um homem que honra o que Deus fez na vida dele. Um homem transformado.

Sim, voltamos. Estamos juntos de novo. Mas não mais como era antes.

Mesmo que muitos pensem que eu recai em minhas atitudes, que eu dei pra trás. Mesmo que muitos pensem que ele só está me manipulando de novo. Mesmo que muitos pensem que ele só mente pra mim. Mesmo tudo isso, eu conheço o seu lindo lindo coração. E conheço o meu. E resolvi dar a mim mesma mais uma oportunidade de ser feliz com quem eu amo. 

Já vai fazer uns 3 meses que ele voltou pra casa, e não tem me decepcionado. Sem sintomas de recaídas, e nunca estive tão atenta. Pelo contrário, tem me surpreendido muito. Quando menos espero, ele me vem com uma novidade. 

Ainda tenho minhas fraquezas e meus medos, o que é muito normal. Tipo quando saímos de carro e ele vai estacionar, e eu não tiro os olhos dele com medo que ele fuja e me deixe ali sozinha. Ou quando ele atende o celular com uma voz de sono e eu já fico pensando será que estava dormindo mesmo. Ou então quando a bateria do celular acaba e eu fico pensando se ele foi realmente trabalhar. 

Pensamentos que vem instantaneamente depois de anos convivendo com a sua drogadição. 

Mas não estou mais convivendo com ela. Agora convivo com um filho que fez as pazes com seu pai. Convivo com um pai que cuida da sua filha. Convivo com um irmão que preza o relacionamento em família. Convivo com um tio que dá conselhos para os sobrinhos. Convivo com um genro que vive cozinhando pra sogra. Convivo com um namorado que não vê a hora de casar. Convivo com um homem de Deus.

Mas também convivo com um cara chato que me torra a paciência. Que me irrita quando quer tudo do jeito dele. Que me xinga quando vê meu quarto bagunçado, mas deixa a toalha molhada encima da minha cama. Que discute comigo quando não concordo com seus entendimentos. Que me acorda de manhã cedo e atura meu mau humor. 

Nem tudo é uma maravilha. Nós discutimos e brigamos. Mas agora é com ele que eu convivo. Sem drogas. Isso é uma novidade pra mim.

E eu estou aqui. Mais aqui do que nunca. Mais apaixonada por ele e muito mais por mim mesma.

Se tem uma coisa que aprendi nessa experiência toda foi que conseguimos pouco ou nada entregando a nossa vida, a nossa coragem, e nossa rotina para os outros serem felizes. Não é questão de pararmos de nos preocupar com os outros, e sim de alcançar um equilíbrio.


"Se o amor fosse uma árvore, as raízes seriam o amor próprio. Quanto mais você se ama, mais frutos o seu amor dará aos demais, e mais sustentável será ao longo do tempo".
Walter Riso


Quando estamos doentes, aumentar o nosso cuidado pessoal não é fácil, mas vale a pena. Afinal, quando falamos de amor (e eu digo amor, não doença, ou codependência), aí todos nós ganhamos. Quando o seu "eu" interior falha, tudo ao seu redor falha também. Você não pode dar tudo para os outros e ficar vazio por dentro.

Em outros palavras, o objetivo é cultivar a sua própria felicidade para ser capaz de dividi-la. 

Deus tem sido tão bom, tão bom com a gente. E só tenho a agradecer por isso.

Até a próxima meus amigos.

Fiquem bem.
Fiquem com Deus.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Onde está o seu foco?

Olá queridos, como estão?

Eu estou ótima, graças a Deus. Queria aproveitar e desejar um Feliz Natal e um Feliz Ano Novo a todos meus companheiros de recuperação, leitores, seguidores, amigos, enfim... Que 2016 seja um ano cheio de amor, fé, esperança e força.


Então, essa última semana experimentei tantas emoções e sentimentos diferentes. Tantas coisas aconteceram comigo, boas e ruins, e outras com pessoas ao meu redor. Gostaria de compartilhar um pouquinho disso tudo com vocês. 

Você já teve essa sensação de que uma pessoa entrou na sua vida só para roubar sua solidão e lhe oferecer uma falsa companhia? No fim, abrimos a porta do nosso coração para pessoas que só nos iludem, para depois nos darmos conta de que não existe solidão maior do que estar com uma pessoa que não te vê, que não vai saber te fazer feliz. Projetamos em alguém determinadas esperanças e apegos, mas na realidade só encontramos vazios.

Tenho que confessar que tenho um certo problema com rejeição. Acabo fazendo escolhas erradas para manter as pessoas que gosto por perto, mas no final, são apenas aparências. Preciso me lembrar que não é sempre necessário ter alguém do meu lado para ser feliz. 

Às vezes, a própria solidão acaba sendo um espaço íntimo onde podemos encontrar mais equilíbrio. Já passei muito tempo sem ser eu mesma, esperando coisas, ansiando sensações, emoções. Há uma série de necessidades que devo equilibrar. Não gosto mesmo de estar e de me sentir sozinha, mas hoje vejo como algo necessário para meu crescimento pessoal. Só algo que andei pensando.

Agora, quero falar um pouco sobre codependência. 

Sabemos quando amamos alguém. Não vou negar que ainda amo meu ex namorado adicto. Afinal, vivemos tantas coisas juntos, e isso não é um sentimento do qual nos livramos de uma hora pra outra. O sentimento existe. E hoje sei que o que sinto é amor, porque não me vejo mais dependente dele.

Mas como diferenciar amor de codependência? 

A primeira característica é que amor é saudável, é um sentimento bom, enquanto que a codependência dói e machuca. Vamos comparar algumas situações na prática:

Você se dedica ao dependente químico equilibradamente, sem esperar nada em troca? Ou pelo fato de ter recebido pouca atenção e afeto na infância, tenta dar o que não teve, se tornando atenciosa excessivamente, de preferência a alguém que "necessite" de você? Eu me lembro de tantas vezes que falei a ele que nunca daria certo com alguém que não precisasse de mim. Falava e nem percebia a gravidade disso.

Você ama o seu adicto como ele é? Ou pensa que o mudará com a força do seu amor, querendo que ele seja como você deseja, conforme seus padrões?

Você faz somente sua parte para ter um bom relacionamento? Ou tem pânico ao pensar num rompimento, e assume qualquer preço, faz qualquer coisa, passa por cima de tudo, até de si mesma, para ajudar seu companheiro, ainda que ele não queira ou não peça?

O seu amor é consciente e tem limites claros? Ou você deixa estampado que quando ele erra, é você quem está disposta a mudar, sendo mais compreensiva, e tenta ser melhor para agrada-lo mais?

Você permite que ele arque com as consequências dos seus atos insanos? Ou você assume toda a responsabilidade e culpa, paga as contas dele e mente em favor dele?

Você sabe que merece e pode ser feliz? Ou pensa que sua felicidade só será possível se conseguir livrar o seu amado das drogas?

Você consegue realizar suas próprias atividades, pensando em si mesma? Ou sente necessidade desesperada de exercer controle sobre o adicto, dizendo a si mesma que é só para ajudar?

Onde está o seu foco? Na sua vida, ou na vida dele?

Pra mim, o amor é um sentimento que rege nossas vidas e dá sentido a elas. Mas ser dependente de outra pessoa é horrível. Ter compulsão pela vida de outra pessoa nos leva à insanidade. Hoje quando penso nele, são pensamentos de carinho e saudade, não tenho mais necessidade de controlar seus atos, até porque nunca pude. Ele sempre foi o único responsável por suas escolhas.

Esta semana ouvi tantas histórias. Muitas pessoas ainda tem aquele pensamento de que dependentes químicos são feios, sujos e pobres, mas a adicção não escolhe raça, cor, religião ou classe social. Qualquer família está sujeita a este mal. Você começa a perceber atitudes estranhas como sumiços, não atender ou desligar o telefone, demoras ao sair, pequenas mentiras. Até que começa aquele ciclo que todos conhecemos: promessas, recaída, arrependimento, promessas, recaída, arrependimento...

Quando ouço algumas histórias de outras meninas, me dá vontade de dar uma chacoalhada, pra ver se acordam, e não permitir que elas vivam tudo que eu já vivi. Mas não posso fazer isso. Só o que posso fazer é compartilhar a minha experiência.

Não posso dizer a ninguém para deixar seu companheiro, e nem pra continuar com ele, mas seja qual for a escolha, será dolorosa, e vai exigir força e coragem. A adicção é uma doença incurável. Eles terão que lutar contra ela todos os dias de sua vida, até o final. Até o último dia, existe o risco de uma recaída. E pra que um adicto se mantenha em recuperação, é preciso muita, muita vontade.

Por mais que a gente ame, não podemos fazer nada. Somos impotentes. Se eles realmente quiserem, encontrarão o caminho da recuperação, mas com os próprios pés. Mas se não quiserem, nada, absolutamente nada, vai mudar seu caminho. A única coisa que é necessária pra um adicto se recuperar é querer. Mas um querer sincero. Um querer acima de qualquer outro querer.

Eu sabia que o meu ex tinha vontade de se recuperar, nunca duvidei disso. Mas a vontade de usar droga sempre acabava sendo maior do que a vontade de se manter limpo. Eu gostaria de ter conhecido tudo isso antes, ao menos pra ter tido a chance de escolher. Entrei nesse relacionamento sem ter a menor noção do que se passava com ele. Ainda tenho esperanças que um dia ele fique bem. Mas não tenho mais expectativas, porque estas geram frustrações.

Eu sempre achei que fosse forte por continuar ao lado dele. Sempre que eu via um sinalzinho de vontade de se recuperar, minhas forças inexplicavelmente se renovavam. Eu pensava: "Tenha força e se mantenha com ele, que vocês vencerão juntos". Mas tudo tem um limite. Custei muito a chegar no meu por medo. Medo de que ele, sozinho, sem a família, se perdesse de vez. Ele só tinha a mim. Tinha medo de uma overdose, de uma prisão, de um assassinato, mesmo sabendo que a culpa não seria minha. E aí eu percebi que abrir mão desse medo é que exigiria força de verdade. Deixá-lo, pra que ele chegasse ao fundo do poço e iniciasse de fato sua recuperação. Porque uma coisa é certa, um dependente químico só vai querer buscar uma mudança radical de vida quando se ver sem saída.

"O que nem as circunstâncias mais terríveis da vida podem nos tirar é a escolha que se faz sobre a forma de viver e lidar com o que nos passa."
Victor Frankl

Isto significa que temos a liberdade de escolher o que vamos fazer com o que a vida nos apresenta. Num primeiro momento existe a dor, a confusão, o choque, e isso é lógico, porque temos que aprender a lidar com uma nova rotina, limitações, e todo o tumulto emocional. Mas uma vez superada, chega o momento de definir nossas atitudes. Aceitar a situação como uma oportunidade pra crescer e sair fortalecido é a atitude mais sábia. É importante lembrar o seguinte: ainda que, por vezes, seja difícil ver isso com clareza, estar bem e ser feliz são decisões que são tomadas.

Procurar apoio psicológico é uma boa opção, eles nos dão um retorno mais objetivo. Eu busquei minhas forças nas salas de reuniões, com pessoas que passavam o mesmo que eu, e entendiam todo meu sofrimento.

Mas no final, a maior fonte de inspiração e força que vai nos ajudar a superar os momentos difíceis é a espiritualidade, qualquer que seja sua crença. Ela pode dar um sentido à situação e te renovar constantemente. Tenho buscado em Deus a força pra me manter de pé e melhorar a cada dia. Tenho muitos defeitos que busco melhorar, pra fazer a Sua Vontade. Afinal, Jesus já deu a vida dele por mim. Fazer a vontade dele é o mínimo que posso pensar em fazer em agradecimento.

Desculpem se me estendi demais ou se fui sincera demais. Não posso ser irresponsável em minhas palavras.

Mas cuidem-se em primeiro lugar. O que eu desejo pra mim, desejo em dobro pra vocês.

Um grande abraço.

Fiquem bem.
Fiquem com Deus.

(Alguns trechos deste texto foram baseados no Livro Amando um Dependente Quimico, Pollyana P.)

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Emoções

Olá meus amigos. Como estão? Espero que tudo bem.

Por aqui, tudo bem, graças a Deus.

Neste último fim de semana me diverti muito com todos os meus círculos de amizade. 


Festa de final de ano da empresa




Confraternização de final de ano juntando todos os grupos de recuperação, em que pude fazer uma homenagem, de coração, para esses anjos de rosa.




E também festa de formatura com alguns colegas da faculdade. 


Foi bem corrido, mas me diverti muito mesmo. Mereço!

No sábado, quando eu estava na festa, o meu querido adicto me ligou. Sabia que era ele porque é o único que me liga a cobrar de madrugada. E pela primeira vez na minha vida, eu não retornei a ligação. Vocês podem achar que não é nada, mas depois de 4 anos lidando com a minha codependência, isso é praticamente um milagre.

Não nego que me perturbou ali por um tempinho. Poxa, ele está internado. Receber uma ligação dele pode sugerir que ele saiu, que ele fugiu, ou que ele não está na fazenda, ou que ele está em algum canto escondido. Ele fica com um celular porque é monitor, mas não pode ligar. Passou tudo isso pela minha cabeça na hora. O que ele estava fazendo? Onde estava? E o que eu fiz? Bloqueei o número e esqueci. Seja la o que fosse que estivesse acontecendo com ele, não é mais da minha conta. Nós terminamos. Ele disse que precisava terminar comigo pra focar na recuperação dele. Então, o que ele quer agora? No outro dia, verifiquei o celular e vi que ele ficou me ligando a noite toda.

Meu primeiro impulso seria de ligar pro pastor e ver como ele está, mas não liguei, não procurei. E a vontade passou. Eu não fui atrás de saber. E sabem da maior? Hoje me sinto muito bem, mesmo assim.

Hoje acredito de verdade naquela frase: Ninguém sabe o que tem, até que o perde.

Nós, seres humanos, temos essa mania de não valorizar o presente e de correr atrás do que não temos, ou do que já perdemos.

Tantas vezes sofremos porque alguém que amamos nos ignora, e não entendemos que isso não é porque não temos valor, e o mais provável é que a outra pessoa não nos valorize porque está acostumada a ter nossa presença sem esforço, quando e como quer. Ele estava acostumado com isso. Eu sempre estive lá, não importa o que ele fizesse. E agora não estou mais. Nossa, ele deve estar surtando.

Mas percebi que não vale nem um pouco a pena lutar contra ventos e marés por uma pessoa que não move um dedo por mim. Não vale a pena ajudar constantemente alguém que não quer nem se ajudar, imagina ajudar o outro. Não nos faz bem dar sem receber.

Olha, não é fácil fazer com que os comportamentos dele não me afetem, mas no fim, é maravilhoso. Vale a pena o esforço quando se trata de evitar uma queda emocional.

Não vou negar que muitas vezes me pego numa luta interna muito grande entre esperar que ele volte de lá daqui a um tempo, recuperado, ou recomeçar minha vida sob outra perspectiva. Ambas as atitudes são muito dolorosas, mas seguir em frente comigo mesma, não importa quem esteja ao meu lado, é isso que tenho buscado.

Ainda ficaram algumas coisas por dizer. Mas a dor, a recriminação, todas essas emoções negativas, me livrei de tudo isso, joguei fora. Algumas coisas falei pra ele, outras escrevi, para outras tive que socar as almofadas, mas estou leve, e livre agora de todo esse peso.

Bom, já contei minhas novidades, agora quero falar com vocês um pouquinho sobre emoções.

O amor obsessivo é um sentimento que conheço bem. 

Para a maioria das pessoas, o amor é um sentimento maravilhoso, que nos preenche, porque significa a união entre duas pessoas que se sentem como uma só. Mas para outras, o amor se torna uma obsessão, e junto vem aquele desejo maníaco de possuir a outra pessoa. No geral, são pessoas inseguras e ciumentas, ressentidas, e se sentem obcecadas pela pessoa que desejam, e meio que a perseguem, fisicamente, ou através de outros meios, como telefone ou redes sociais. Existe aquela sensação de que, se eu possuir ou controlar o outro, todos os meus problemas estarão resolvidos.

O amor obsessivo significa que uma pessoa foi além do amor. Não liga para razões, não escuta a si mesmo e nem aos demais. Pra que pensar com a razão, quando o que eu sinto é o que importa? Que perda de tempo. 

Alguém se identifica?

Não sabemos mais como controlar nossas reações e emoções. Nervosismo e impaciência fora de controle. É como estar emocionalmente intoxicado. Nos impede de pensar antes de falar e ter uma perspectiva maior sobre o que acontece a nossa volta.

Você fica tão irritado se sair do roteiro preestabelecido e sente que, se desviar, será um sacrifício que pode desequilibrar por completo sua existência. Você não se sente capacitado pra seguir com sua vida se abandonar esses hábitos ou aquela pessoa, mas ainda assim, sabe que essa relação não te faz bem. 

Isso fica ainda pior durante uma discussão, porque você começa a retorcer o que escuta e a tirar suas próprias conclusões, de acordo com suas frustrações e problemas. 

Não é que você não queira fazer as coisas do jeito certo. Não é que você não tenha energia pra enfrentar os desafios, é que você simplesmente não tem forças. Simplesmente não dá, não é mesmo?

Acreditem, eu sei exatamente do que estou falado. Eu vivia assim.

Meu discurso era só queixas e pessimismos. Eu não sei quanto a vocês, mas hoje, quando cruzo com uma pessoa que sempre vê o lado negativo das coisas, meu coração me mostra duas opções: mostrar que a vida não é ruim assim, ou virar em perna (hehe). 

Quantas vezes assumi o papel de vítima, querendo constantemente ser o centro das atenções, ou só pra não passar despercebida. O mundo conspirava contra mim. Não parava pra analisar as situações que ocorriam ou que eu mesma gerava. Perdi o controle da minha vida e do meu coração. Como ter uma relação saudável desse jeito?

Custei muito a compreender minhas próprias características. Continuo nesse processo até hoje. Felizmente percebi a tempo o que significa inveja, ciúme e orgulho na vida dos outros, e na minha. Vampiros emocionais, que roubam a energia dos outros e baseiam sua vida nisso todos os dias. Não existe felicidade. Não tem como viver em paz e harmonia.

Uma pessoa invejosa, ou aquela que vive a vida dos outros, como eu vivia a do ex, não se sente feliz com a alegria dos outros porque, internamente, vive sempre consciente de suas próprias faltas. E acredite em mim, quando você vive nesse nível de falta, você só vive dias desagradáveis.

Eu sou responsável por aquilo que quero, e eu quero viver bem. E só eu tenho os recursos necessários pra mudar minhas atitudes. Exige esforço, e força de vontade, e ter certeza do que eu quero pra mim, e principalmente, do que não quero mais.

Amigos, eu vou contar o segredo que encontrei para minha felicidade.

Eu sei que cada um tem a sua fé. Mas não posso deixar de expressar a minha, porque creio que a fé é um dom de Deus. Não é fruto do nosso esforço, mas ela vem a nós pela ação do Espírito Santo, por meio do Evangelho. E nós, que fomos chamados das trevas para a luz, que cremos em Jesus Cristo, só podemos louvar e agradecer a Deus pela benção da fé em nosso coração.

O apóstolo Paulo diz em Romanos 10.17: "A fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem por meio da pregação a respeito de Cristo".

Sim, a fé vem pelo ouvir. Paulo anunciou o Evangelho a respeito de Jesus. Muitos creram no que ele disse. Eu ouvi a mensagem. Desde meu batismo, quando era só uma bebezinha, fui colocada em aliança com Deus. Depois conforme fui crescendo, fui instruída e fortalecida nessa fé.

É Jesus que preenche cada cantinho vazio do meu coração. Tenho tantas falhas, mas sei que mesmo assim Ele me ama muito. O apóstolo Paulo foi um assassino, perseguiu e matou tantos cristãos. O rei Davi que também foi um assassino e adúltero. Jacó que ousou desafiar a Deus. Deus amou até mesmo eles e os fez grandes homens. Como posso sequer pensar que Deus não me ama? Ele ama sim, e cuida de mim. Eu acredito nisso. E descanso nessa certeza que Ele tem o melhor pra mim. 

E ele quer o melhor pra cada um de vocês também. Acredite!!

Fiquem bem. 
Fiquem com Deus.